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Marcelo S. Pereira

A engenharia a serviço da sociedade

Por Marcelo S. Pereira


Para entender como age a Engenharia na sociedade, primeiro temos que entrar na máquina do tempo e lembrar de algumas invenções que na pré-história revolucionaram o mundo e o meio em que vivemos. A invenção da roda, da polia, da alavanca, facas, lanças entre outros utensílios, ou seja, os engenheiros estavam lá, ajudando a sociedade em sua evolução.


Na Engenharia são aplicados métodos científicos ou empíricos, que se utilizam dos recursos da natureza, em benefício da sociedade. Esse conhecimento também se aplica para a melhoria da qualidade de vida da população.


Pergunto a todos os engenheiros, qual a grande missão dos profissionais que atuam ou que já atuaram no progresso da engenharia e da democracia para a atual política brasileira?


Sabemos que a Engenharia é a área de atuação que se dedica a oferecer soluções práticas para problemas concretos. Os profissionais têm o objetivo de solucionar e planejar com técnica, mas para isso é preciso ter domínio no projeto que deverá se concretizar. Dito isto, devemos pesquisar a fundo quais os órgãos que a engenharia moderna deve conhecer para caminhar com a democracia?


Sabemos que na antiguidade Aristóteles estabeleceu três poderes estabelecendo divisão criada com o objetivo de impedir a concentração de poder e impossibilitar que o governo de uma só pessoa se transformasse em uma tirania.


No Brasil, a adoção desse modelo tem exatamente essa função, sendo que cada um dos poderes deve atuar de maneira independente, fiscalizando o outro para evitar que eles excedam seus limites.


E perguntamos aos colegas da classe, qual o papel da Engenharia para a responsabilidade social?


A Engenharia tem que estar em projetos sociais de engenharia sustentáveis, aproveitando que o Brasil é o 4ﹿ lugar no ranking segundo o U.S. Green Building Council (USGBC).


A responsabilidade social é uma forma de se dedicar ao bem da comunidade e mostrar que existe uma preocupação em ajudar os que necessitam de um apoio material e emocional para ter uma qualidade de vida melhor.


Compreender a responsabilidade social de um engenheiro muitas vezes não é fácil, somos cobrados a executar um serviço com perfeição e rapidez, dependendo dos recursos que nos disponibilizam. Esta pressão põe em risco seu projeto ou mesmo a vida das pessoas que estão agregadas ao serviço que será executado. Devemos sempre obedecer às normas de segurança nacionais, internacionais, o código de ética do CREA e levar a vida como seu principal projeto.


Com avanço da inovação tecnológica, mais um fator envolve a responsabilidade social do engenheiro, pois é essencial que haja muita atenção ao desenvolvimento de softwares que podem ser usados por diversos setores (finanças, saúde, segurança pública etc.). Se houver uma grande vulnerabilidade no sistema, hackers podem aproveitar essa falha e provocar sérios prejuízos à comunidade e empresas. Por isso, o trabalho precisa ser realizado seguindo as melhores práticas de segurança da informação.


Atualmente o mundo corporativo da engenheira/sociedade está evoluindo e reconhecendo como a ética e o respeito ao próximo são imprescindíveis para a execução de bons serviços. Não adianta ter conhecimento técnico, caso não haja cuidado em seguir a lei e o bom senso.


Segundo a resolução do CREA n. 1.002 Art. 1 ﹿ "o Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia e relacionam direitos e deveres correlatos de seus profissionais.”


Nos dias atuais, as grandes Corporações – Multinacionais, estão exigindo código de ética e conduta das empresas terceiras. O Código de Conduta se define como o ponto inicial do modelo de ética e conformidade da Companhia. Essa cultura pretende orientar as relações entre funcionários; as atuações deles com clientes, acionistas, fornecedores e colaboradores externos; e as relações com as instituições públicas, privadas e com a sociedade em geral. Este código se baseia no respeito pelos valores: honestidade, liderança, excelência, preocupação com o meio ambiente, responsabilidade social, perspectiva em longo prazo, solidez financeira, orientação ao cliente, inovação e cuidado com as pessoas.


Os profissionais, independentemente da área, devem ser contra práticas nocivas, como a corrupção e a conivência com erros cometidos por pessoas físicas e jurídicas. A legislação precisa ser obedecida para evitar ao máximo qualquer desrespeito ao cidadão.


Há cerca de 20 anos o professor Benjamin Barber da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, havia posto a seguinte questão: “as tecnologias modernas corromperam ou melhoraram nossa forma de fazer política?”


A grande parte das formações familiares são educadas a ter uma boa profissão, uma boa casa, ter status. Somos educados desde crianças a “não perder”, ganhar muito dinheiro e ser bem sucedido na vida... Produzindo essa mentalidade, que automaticamente, iremos impedir a sociedade de pensar como um conjunto.


O neoliberalismo cada vez mais escraviza nossa sociedade. Um sistema econômico que visa ao lucro a qualquer custo e à acumulação das riquezas de poucos, culmina no fascismo. Não estamos percebendo que viver bem é viver em sociedade com qualidade de vida. Os meios de produção assolam e entram em nossos lares, excluem o convívio em família, nos isolando de nossos pensamentos mais humanos. Um pensamento estritamente focado no trabalho o desfoca do olhar para o ser humano.


Pergunto a vocês, como que nós conseguimos produzir, estando infeliz e saber que os outros estão sendo maltratados, trabalhadores sendo explorados, humilhados, passando fome e muitas vezes indo ao trabalho doente sem poder tirar uma folga para se tratar?


Devemos, sim, pensar no próximo, em ajudar os que mais precisam, a não ter preconceitos, a dividir por igual aos que mais necessitam, para o país desenvolver sua economia.


No meu ponto de vista, a Engenharia somente conseguirá somar com a Democracia quando contribuir para acelerar o fluxo de comunicações e diminuir o custo de informações. Ou seja, tornando a cidadania mais acessível, menos concentrada e potencializando a esfera pública.


Devemos reunir grande quantidade de dados e informações sobre assuntos de interesses públicos e permitir que usuários profissionais atuem como intermediários entre cidadãos e o governo, facilitando que a Engenharia tenha um olhar mais humano para nossa sociedade e contribuindo para seu crescimento como um todo.


Marcelo S. Pereira - Engenheiro Mecânico/Segurança e Medicina do Trabalho, formado em 2003/2005 Poli , trabalha com a Defensoria Pública pelo CREA-SP - Auditor Fiscal pelo Crea-SP/Prof. Escola Senai/ ETEC /SENAC/Consultoria e Auditoria em Máquinas e Equipamentos NR-12/Especialista em Combate Contra Incêndio / AVBC / Treinamentos Práticos e Teóricos. Engenheiro Responsável em desenvolver Projetos de Peças Industriais para Tatuzão para Metrô de SP - Linha 6 como prestador de Serviços. Empresário da empresa Rogemar Comércio e Serviços de Usinagem LTDA.

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1 Comment


Excelente visão, Marcelo.

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