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Carlos César Micalli Cantu

CHAPA BOULOS / PT: ENORME DESAFIO ESTRATÉGICO

A Chapa Boulos / PT, para lograr êxito, exigirá uma estratégia de luta prevalecente sobre a ideologia de luta, muito maior do que exigiu a vitória do Lula.

Os seguntes pontos fracos impeditivos à vitória, além de outros a serem levantados, devem ser neutralizados:

  • Chapa pura de esquerda: Ensejará forte reação com temas relacionados ao comunismo, nossa bandeira jamais será vermelha, minha casa não será invadida, minha igreja não será fechada e tantos outros;

  • Perfil do eleitorado paulistano: 62% é conservador, 80% religioso acreditando que o sucesso pessoal depende de Deus (65%) e não do esforço próprio ou luta da população;

  • Força político-econômica da burguesia paulistana (Paulista e Faria Lima): Estará, com seu imenso poder, unida contra qualquer chapa de esquerda;

  • Eficiência da atuação estratégica da direita: Fruto da própria atuação em seus negócios, a direita estará com forte atuação estratégica nas eleições, na contramão das forças de esquerda em agir mais ideologicamente do que estrategicamente;

  • A força do bolsonarismo: Com certeza, estará contra os candidatos de esquerda, qualquer que seja o opositor;

  • As resistências internas dentro do PT: Em apoiar, cabalmente, a chapa e ela será maior ou menor conforme o posicionamento do PSOL e do candidato com relação ao governo Lula e às próximas eleições presidenciais;

  • Resistências da comunidade evangélica: Que desfraldarão temas identitários emblemáticos e de difícil abordagem popular como aborto, LGBT’s e outros e farão inaceitáveis exigências para suas igrejas;

  • Nova estratégia da direita de atender as causas utilitaristas da população: E ela está fazendo isso sem desagradar às forças de direita e sem afetar a estrutura fundamental de poder da elite;

  • Aglutinação das forças geopolíticas: Descartado o bolsonarismo, as forças da direita irão acenar para os interesses geopolíticos e geoeconômicos do ocidente, em oposição ao direcionamento do governo Lula e, com isso, irão atrair o poderoso suporte dos EUA e Europa;

  • Ação não eleitoralmente estratégica dos movimentos de base: Os movimentos de base poderão continuar a sua luta de forma ideológica sem conciliar com a estratégia da luta eleitoral e, com isso, criar oportunidades de vantagens para as forças de direita;

  • A oposição da grande mídia: Descartado o bolsonarismo, a grande mídia, com certeza, alinhará todas as forças contra qualquer chapa de esquerda, principalmente Boulos / PT;


Por esses e outros motivos a serem levantados, a luta eleitoral em São Paulo será muito menos ideológica e mais estratégica do que a eleição do Lula. É certo que Lula e Haddad venceram em São Paulo, mas, Boulos tem um perfil muito diferente e, ademais, a vitória dos dois se deu numa ampla coligação de esquerda-centro-direita.


Primeiro desafio já: Convencer as forças de esquerda a um Plano Estratégico para vencer e não para êxtases ideológicas.


Grato

César Cantu

São Paulo, 07.08.2023

[Se julgar pertinente, faça seus comentários e repasse]

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2 Comments


Penso que é a frase chave do artigo: "Convencer as forças de esquerda a um Plano Estratégico para vencer e não para êxtases ideológicas."

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Uma análise prudente!

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