COMPLEXA REALIDADE A SER SUPERADA EM AMBIENTE DE PAZ, PORÉM SEM CONCESSÕES PARA QUAISQUER TENTATIVAS DE GOLPE DE ESTADO
- EngD
- 31 de mar.
- 6 min de leitura
Atualizado: 2 de abr.
Engº Henrique Luduvice, Engº Wilson Lang, Engº Marcos Túlio de Melo e Engº Joel Krüger
Ex-Presidentes do CONFEA apresentam aos compatriotas uma contundente análise e se posicionam no atual contexto histórico do Brasil.

Os leitores mais atentos que avaliam com profundidade e perspicácia os temas cotidianos, se impressionam que números positivos em áreas consideradas estratégicas como índices de desenvolvimento, fortalecimento da indústria, produção agrícola, exportação, geração de empregos e melhoria nos parâmetros das populações mais necessitadas, provoquem reações inespereadas em determinados setores economicamente mais bem postados da sociedade brasileira.
Nesses grupos, encontramos, muitas vezes, demonstrações inequívocas de significativo grau de descompromisso e insensibilidade com objetivos específicos propostos pelo Governo Federal. Suas redes proliferam reações contrárias.
A convocação para que seja construída, em ambiente de paz e via poderes constituídos, uma Nação onde a totalidade dos seus indivíduos possa alcançar, de modo paulatino, patamares de qualidade de vida e consumo comparáveis às regiões e países mais admirados do Planeta não os motiva.
Registra-se como surpreendente que o clamor pela eliminação definitiva da pobreza, da miséria e da fome não os empolgue. O grito pela redução das expressivas diferenças econômicas e a valorização do salário-mínimo não induz nesses segmentos qualquer eco. O brado pela igualdade entre etnias e gêneros não se transforma em hino. As demandas pelo pleno cumprimento da Constituição com seus direitos e desígnios não se convertem em bandeiras tremuladas.
Muito pelo contrário, tais aglomerados criticam ferozmente as políticas apontadas nessas direções e sentidos. A despeito das profissões que exercem, religiões que praticam ou localizações geográficas de suas origens.
Impressiona também que uma possível distribuição mais equitativa do orçamento estatal, a necessária redução de antigos privilégios nas áreas de educação, saúde, transporte, remunerações e aposentadorias entre os pertencentes a uma idêntica terra natal, não emule análises conciliatórias.
Nesses círculos, não se vislumbra entusiasmo com o viável propósito de tentar alavancar os padrões vigentes de civilização e torná-los acessíveis ao universo de cidadãos do Brasil. Tampouco se verifica fervor quando fortes argumentos demonstram que o mundo ocidental reverenciado por essas comunidades procedeu nesta orientação nos últimos séculos.
Em suma, a luta contínua por uma Pátria integrada que ofereça oportunidades equivalentes aos seus compatriotas não os estimula, haja vista que se percebem diferenciados e herdeiros de pressupostos e prerrogativas que os distinguiriam dos demais habitantes, reputados amiúde de ignaros ou sem background da Nação.
Até a defesa da engenharia produzida no Brasil, com suas empresas e profissionais que alavancam o progresso, a ampliação da capacidade de trabalho, melhores salários, incrementos nas rendas, encorpando os setores médios da economia, não os seduz.
Enaltecem, em geral, empresas multinacionais, talvez em razão de parte desses grupamentos serem, desde outras gerações, seus representantes na terra brasilis.
A apresentação pela imprensa de indícios e elementos que atestem o acerto das iniciativas governamentais não lhes causa encantamento, a despeito de plotados em tabelas e gráficos. As evidências e testemunhos não os estimulam no processo de aceitação dos fatos, nada obstante, provados.
De maneira diversa, insistem quase sempre em não reconhecer tais indicadores e questionam as entidades provedoras das informações. Persistem na inglória tarefa de desfazer nas redes onde se sentem reconhecidos, de quaisquer projetos que proponham um crescimento socioeconômico mais equânime no Brasil.
Defendem cortes de programas governamentais e a brutalidade em relação ao déficit fiscal, mesmo que acarretem a eliminação das chances de sobrevivência ou competitividade de parcelas humanas situadas em posição inferior no contexto nacional.
Escondem-se atrás do falso discurso da inflação, embora essa se apresente controlada. Não avaliam sequer possíveis circunstâncias internacionais ou catástrofes eventuais que anabolizem tais prognósticos em ocasiões delimitadas. Muito menos as ações do governo objetivando sua contenção e redução.
Em resumo, proferem apenas críticas sem disponibilizar alternativas que assegurem a dignidade de populações heterogêneas nos cenários existentes, assaz desafiadores.
Propugnam por um liberalismo extremado, o laissez faire, o Estado mínimo. De preferência, sem quaisquer pujanças para exercer possíveis regulações.
Pregam uma individualidade ilimitada sem compromissos com o (bem-estar) coletivo. Não aceitam limites ou contenções aos de cima em benefício da massa ou daqueles colocados na base da pirâmide. Ainda que existam disposições no ordenamento jurídico.
Devido ao acima exposto, não ostentam aplausos ao fortalecimento das universidades, escolas técnicas, centros de excelência e hospitais públicos. Ou à redução do desemprego, a transferência de recursos para locais carentes, a implantação de cotas democratizantes.
Não lhes emociona as ênfases em pesquisas que viabilizem a descoberta de vacinas ou em projetos que promovam a elevação da qualidade de vida dos conterrâneos menos aquinhoados nos aspectos físico e financeiro.
Seria apenas a defesa do retorno da lei do mais forte? Da liberação da violência contra os reputados diferentes? A vontade de assegurar a truculência do numerário?
A negação dos direitos iguais? Lastreadas em que documentos ou ideários?
Em síntese, não lhes emociona taxas de crescimento sólidas, percentuais de investimentos revigorados, retomada da indústria naval, diminuição da dívida bruta, reestruturação do imposto de renda, ou a produção de tecnologias e inovações que impulsionem sua gente e o próprio País.
Há parcelas de brasílicos que se identificam mais com brasões e símbolos do estrangeiro que com suas próprias raízes. Ou a de seus antepassados locais.
Alguns, inclusive, se esforçam na busca por múltiplas naturalizações não por razões típicas e legítimas relacionadas ao trabalho, estudo, perseguições políticas e religiosas ou sobrevivências das famílias. Mas, como a resultante de visões exclusivas. Precisam sentir-se colocados entre os supostos ungidos por destinos singularizados especiais.
Mas, surpresas inimagináveis acontecem. Meios de comunicação via internet enaltecem e dignificam tais indivíduos e, muitas vezes, os rotulam como supostos mentores e detentores de ideias que iluminariam os caminhos. E todos.
Como se os organismos sociais e os formadores de opinião não tivessem introjetado conhecimentos descritos em passagens históricas desta Nação. Quando os interesses de alhures conflitaram-se com os internos e, sem a ação destemida de bravos e rebeldes brasileiros e brasileiras, não teríamos sequer atingido, a título de ilustração, a Independência, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República, o voto das Mulheres, a Igualdade de Direitos, a criação da Petrobras, a Industrialização ou a Redemocratização do Brasil, dentre infinitas conquistas.
Definitivamente, tornou-se comum afirmar que o Brasil não é para amadores. As contínuas batalhas pela construção de uma Nação justa, acolhedora, inclusiva, aglutinada e democrática, que se afirme como mãe gentil dos brasilianos, não encontram guarida no interior da alma de frações de seu povo. Esta dimensão de magnanimidade irrestrita, até o momento, não foi alcançada. Em geral, em espaços delineados, prevalecem convicções divisionistas e predadoras.
Considerando que as diferenças de concepções e expectativas são inerentes à essência do pluralismo entre mentes, pessoas e organizações, invoquemos para que as instituições detenham capacidades que viabilizem a formatação da verdadeira unidade em prol de insignes paradigmas de direitos, deveres e estágios de evolução que resplandeçam os destinos do País
Onde os diversos e o todo caminhem irmanados em favor da Pátria amada pela real população inserida nos trópicos. Sem distinções de raça, gênero, atividade profissional, condição financeira, ideologia ou credo.
Porém, independente do profundo desejo de união e convergência, que propicie ao conjunto da brasilidade o acesso e participação justa nos resultados do PIB gerado, exige-se destacar situações que se posicionam além da razoabilidade. Pós compreensão. Inaceitáveis.
Certos núcleos, para vergonha da nacionalidade brasileira se instalam de forma intolerável em tentativas de interromper reformas classificadas como democratizantes. Sem, contudo, recorrer ao calendário eleitoral existente ou às vias oferecidas nos campos tradicionais.
Alguns atreveram-se a ocupar as dependências dos Poderes da República, assim como a vandalizar instalações e patrimônios. Ousaram clamar a outros Países para que viabilizassem rupturas democráticas e patrocinassem um Golpe de Estado no Brasil.
Para esses, traidores da cidadania, colocamo-nos, em caráter público, apesar de consternados e plenos de reflexões espirituais por esses seres humanos:
Aplique-se a Constituição Cidadã e o rigor da Lei.
Via Ministério Público e Poder Judiciário, por óbvio.
Mas, sem perspectivas de anistia nos casos explícitos de Condenações nesses Julgamentos!!!
Não há indulgências possíveis, após análises e decisões da Justiça, para os que pretenderam romper processos democráticos. Merecem menos condescendências aqueles que, no limite do absurdo, se dispuseram a convocar estrangeiros contra os mais eloquentes sentimentos patrióticos emulados por Movimentos da magnitude de uma Diretas Já ou da própria Redemocratização do País.
No futuro, se indultos (ainda que parciais) ocorrerem, serão por manifestações expressas das instâncias específicas, mediante critérios transparentes e com aprovação coletiva, após as purgações das responsabilidades por atentados contra a Democracia que, porventura, tenham ensejado sentenças condenatórias.
A História, construída e sedimentada à luz de exemplos referenciais, assume contornos concretos, invade os capítulos de livros, converte-se em temas de estudos e obras de arte e, com certeza, transcende gerações.
Salves e Vivas para os elevados valores da Democracia e Soberania!!!
E que Deus continue abençoando o Povo Brasileiro e o Brasil!!!
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