Sua rebeldia vulcânica, representação da vivacidade e da argúcia fina do senso popular brasileiro, apontou sempre para a grandeza de nossas tarefas.
Das entranhas da história e de seus personagens épicos, buscava a compreensão de sua caminhada no presente. Como Cacilda Becker, farol para ele, dirigia a palavra como se estivesse no seio de uma assembleia.
No século 21, traduziu e transformou a senha dos Sertões de Antônio Conselheiro. A síntese autoritária, sangrenta e excludente da república nascente estava toda lá. Estampada a céu aberto no seio da caatinga.
Cantou a liberdade, a indignação, a esperança. Formou gerações com o abraço do amor e da alegria. Sabia que a cultura é a grande arma para enfrentar as incertezas e a escuridão.
Foi um revolucionário da vida e da paixão. Intérprete da chama crepuscular do novo, da inovação e da alma humana.
Tinha uma radical consciência de que era preciso avançar e que valiam a pena os sacrifícios. Seu olhar instigante e seus gestos ágeis nos abraçam com calor e paz.
A engenharia, a ciência, a tecnologia – integrantes da coluna vertebral da cultura brasileira – se irmanam a todos neste momento da homenagem a este eterno animador da vida e da coragem.
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