Prezados (as),
A tragédia brasileira suporta-se nos seguintes fatores sequenciais:
- Natureza Humana: As populações dos seres vivos, animais ou humanos, sempre foram comandadas por uma elite mais capacitada que, debalde exercer funções úteis, exige, em contrapartida, privilégios extremamente diferenciados. Tem sido assim na alcateia de leões, numa empresa ou num país.
- Modelo de Gestão Política: O modelo de gestão política implantado, a democracia representativa, visa favorecer a elite: O povo elege, mas não decide e nem controla nada. Pior, muitos, por não terem sido qualificados para a atividade política, elegem mal, contra si próprios.
- Excessiva concentração de valores: Como decorrência, as políticas públicas são impostas de forma a concentrar os valores, indispensáveis ao bem estar comum, em favor das elites: Educação e capacitação profissional, cultura, status, relacionamentos e, principalmente, os recursos financeiros. Muito menos de 5% da população detém 99% da renda da sociedade; o 95% restante fica com, apenas, 1% dos rendimentos e, assim mesmo, com distribuição muito desigual. Destarte, com tal escassez de recursos, não há como construir uma vida com dignidade mínima para a maioria.
v Como resolver? Obviamente, agir sobre esses três fatores:
- Ação sobre a Natureza Humana: A inteligência humana está conduzindo a uma migração do ser individual e egoísta para o ser coletivo, sociabilizado e cooperativo. Mas, por se tratar de mudanças nas características profundas da natureza humana, fruto de uma conjunção sinergética de fatores genéticos e ambientais, é uma migração muito lenta. Irá continuar, deve ser acelerada através de mudanças no meio e já delineia o horizonte do futuro da humanidade: Associação e cooperação recíproca.
- Ação sobre o modelo político: Não há como ser diferente: No curto/médio prazo, uma elite mais capacitada continuará no comando da humanidade. A alternativa é dirigir esse comando no sentido de favorecer à maioria, e não, apenas, as elites. Para tanto, deve existir uma organização forte capaz de limitar os apetites individuais. Essa organização não pode estar nas mãos da elite (Mercado). O ideal é o comando total nas mãos dos cidadãos – a soberania popular, mas, enquanto que essa migração não se efetive, a alternativa é um Estado forte voltado para o bem estar comum.
- Ação sobre a distribuição de valores: Com esse modelo de Gestão de Estado, haverá uma inversão na distribuição de valores, incluindo os recursos: O 99% da renda da sociedade ficará com o 95% da população e o 1% da renda remanescente para o 5% restante. Todos ficarão satisfeitos? Certamente, não. Mas, a maioria do 95%, com certeza, ficará. Ela é propósito maior.
¨ ¨ Bolsonaro, por vocação individual e imposição das suas forças de apoio, está aprofundando o modelo de gestão das elites, para as elites.
Grato
César Cantu
São Paulo, 04.07. 2022
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