Por Miguel Manso
Segundo os perítos criminais: - "Os crimes podem ter várias motivações, incluindo fatores sociais, económicos, culturais, psicológicos e morais. A maioria dos crimes é motivada pela aquisição de bens, dinheiro ou algo que possa ser convertido em dinheiro. Por exemplo, os crimes contra o património podem incluir furtos, roubos, latrocínios e extorsão."
SP bate recorde histórico de focos de incêndio em agosto, diz Inpe.
São Paulo concentra 171 usinas sucroalcooleiras, quase a metade das 360 em funcionamento no Brasil.
Entre essas quinta-feira (22) e sexta-feira (23), 2.316 focos de incêndio foram registrados em SP, número 7 vezes maior que agosto de 2023. O estado de São Paulo registrou no mês de agosto até essa sexta-feira (23/8) 3.175 focos de incêndio, um recorde histórico em relação aos meses de agosto desde 1998. A marca chega antes mesmo do mês terminar. O número supera o maior registrado em 2010, quando foram contabilizados 2.444 focos de fogo no estado somente em agosto. Além disso, representa 63,8% do total de 4.973 focos registrados no estado até o momento em 2024.
Os dados, que são do monitoramento de focos ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam ainda que, somente entre quinta-feira (22) e sexta-feira (23), 2.316 focos de fogo foram contabilizados no estado paulista, número quase 7 vezes maior ao registrado em todo o mês de agosto do ano passado, quando foram contabilizados 352 incidentes.
Depois de um final de semana protagonizado por manchetes de incêndios nas regiões canavieiras de São Paulo, era de se esperar uma segunda-feira nervosa para as usinas. Mas, pelo menos na Bolsa, o dia foi de ganhos. O motivo: o açúcar disparou.
O preço da commodity subiu 3,5% na Bolsa de Nova York, voltando a se aproximar dos US$ 0,20 por libra-peso. O açúcar levou junto as ações da São Martinho, que chegaram a avançar quase 6% e fecharam com alta de 3,6%, atrás apenas da Petrobras.
Com o Brasil tendo papel cada vez mais importante no balanço de oferta e demanda de açúcar, qualquer soluço por aqui deixa traders no mundo todo de cabelo em pé. Não é para menos: o País responde por cerca de 70% das entregas de açúcar. Com São Paulo, principal estado produtor de cana, nas manchetes dos jornais por queimadas extensas, com suspeitas das ocorrências criminosas.
Quantos hectares de cana tem em São Paulo?
Passados quase 500 anos, o território paulista tem uma área plantada de 5,6 milhões de hectares, nos quais foram produzidos 442,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que geraram um montante de R$27,6 bilhões de acordo com dados da Pesquisa Agrícola Municipal - IBGE 2016.
Qual a área plantada de cana-de-açúcar no Brasil?
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com mais de 9,75 milhões de hectares como área cultivada e uma área colhida 8,34 milhões de hectares, produzindo mais de 578 milhões de toneladas de cana, o que coloca o País na liderança mundial em tecnologia de produção de etanol (Conab, Safra 2021/22).
Onde fica a maior plantação de cana-de-açúcar?
São Paulo lidera a produção sucroalcooleira no Brasil, que é o maior produtor mundial. Nos sete primeiros meses de 2023, o setor lidera as exportações no agro paulista, chegando a US$ 4,85 bilhões – o açúcar representou 87% do total.24 de ago. de 2023
Quanto está a tonelada de cana no Estado de São Paulo?
Esses dados compreendem o mês de abril de 2023. O ATR abriu a safra com R$ 1,2129/kg. Já o valor da cana campo foi de R$ 132,44/t, tendo em consideração R$ 109,19/t para contratos de parceria quando a cota-parte do proprietário é entregue no campo.18 de mai. de 2023
Qual o lucro de 1 hectare de cana?
R$ 13.842,50
Com base nos preços atuais da cana e da produtividade média brasileira, no mesmo período esse hectare pode gerar R$ 26.625,00 de receita bruta. Por consequência, o lucro por hectare ficaria em R$ 13.842,50 por hectare, sempre levando em conta um ciclo de cinco anos. (21 de jul. de 2020)
Quanto fatura uma usina de cana-de-açúcar?
De acordo com a ORPLANA, as usinas de açúcar e etanol têm uma receita média de aproximadamente R$ 390 por tonelada de cana moída, com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) próximo a R$ 190 por tonelada processada, o que resulta em ganhos financeiros para as usinas. (25 de out. de 2023)
São Paulo é o maior produtor de que?
Cana-de-açúcar e Etanol: US$ 5 bilhões.
Carnes: US$ 2,1 bilhões.
Sucos: US$ 2,1 bilhões.
Produtos Florestais: US$ 1,8 bilhão.
Complexo de Soja: US$ 1,7 bilhão.
Qual o valor da tonelada de cana em 2024?
Um preço de ATR de R$ 1,2650 por Kg resulta em quase R$ 180,00 por tonelada de cana-de-açúcar, assumindo um ATR por tonelada de cana-de-açúcar médio para a safra 2023/2024.
Lembrando que a queima da cana antes da moagem era um processo comum no passado, antes da obrigatoriedade da mecanização. A queima da cana, portanto, não é algo que está fora do controle operacional. Mas, ainda que o fogo não inviabilize o processamento da cana que estava pronta para a colheita, o episódio exige uma reprogramação da moagem e bastante agilidade das usinas: depois de 48 horas no campo, a cana que foi queimada começa a perder qualidade. As áreas mais sensíveis são as que seriam colhidas ainda este ano, nos próximos meses, e a cana que seria cortada apenas no ano que vem. Deve haver, portanto, impacto para a próxima safra.
Mas vamos voltar a abril de 2024 em matéria publicada pela CONAB.
Produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24 chega a 713,2 milhões de toneladas, a maior da série histórica (Quinta, 18 de Abril de 2024, 09h00)
A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2023/2024 registra 713,2 milhões de toneladas e estabelece novo recorde na série histórica acompanhada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um aumento de 16,8%, quando comparado ao ciclo passado, como aponta o 4º Levantamento sobre a cultura divulgado, nesta quinta-feira (18), pela Companhia. De acordo com o boletim, a área colhida também registrou um leve crescimento de 0,5%, estimada em 8,33 milhões de hectares, enquanto que o rendimento médio teve um incremento de 16,2%, saindo de 73.655 quilos por hectare para 85.580 kg/ha.
Mercado – Com a produção recorde para o açúcar, as vendas do adoçante para o mercado internacional também atingiram os maiores níveis já registrados. No ano comercial da safra 2023/2024 foram embarcadas pouco mais de 35 milhões de toneladas do produto, uma alta de 26,8% no volume comercializado na comparação com o mesmo período do ciclo anterior, gerando um faturamento de U$ 18,27 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Além da boa produção no país, importantes produtores como Índia e Paquistão tiveram menores embarques, o que beneficia os produtores brasileiros.
Já o mercado para o etanol se apresentou mais desafiador. As exportações registraram redução de 2,92%, atingindo 2,57 bilhões de litros. A queda foi influenciada tanto pelo comportamento do câmbio quanto do preço do petróleo, que nos últimos meses de 2023 passou a apresentar trajetória descendente afetando os preços da gasolina e consequentemente do seu principal concorrente, o etanol.
Com a India tendo reduzido sua produção e exportação devido a secas e tendo se recuperado para voltar ao mercado neste ano e o Brasil apontando supersafras para 2024/2025 o preço no mercado internacional e mercado a futuro vinha caindo.
No início da safra, as consultorias especializadas esperavam que as usinas destinassem mais de 51% da cana para a produção de açúcar, um recorde. Mas, no acumulado da safra até 1º de agosto, o mix açucareiro ficou em 49%, segundo dados da UNICA. Dados do Food Outlook, pesquisa feita pela FAO, da ONU, mostram que a produção de açúcar no Brasil deverá aumentar para 43,8 milhões de toneladas neste ano, representando um aumento de 1,4% em relação ao nível de 2022/23.
Para Hernandes, da FGA, o agravamento dos incêndios neste final de semana foi o empurrão que faltava para uma reação dos preços, que mantinham um viés de baixa mesmo diante de um mix menos açucareiro do que o previsto inicialmente para a safra do Centro-Sul, causado por uma piora na qualidade da cana. “Essa correção nos preços já estava no radar por causa desse mix menos açucareiro e acabou acontecendo na esteira dos incêndios”, afirma o sócio da FGA.
Outro ponto a se considerar é a posição vendida dos hedge funds no mercado a futuro, que estavam apostando na baixa das cotações. “Eles terão de pagar um preço para sair dessa posição”, observa Corrêa. Com novas dúvidas sobre a capacidade de oferta, os vendedores devem diminuir a presença no mercado.
“O ritmo das exportações brasileiras não pode continuar em níveis recordes por muito mais tempo. Quando o ritmo das exportações brasileiras diminuir, as perspectivas melhorarão”, disse o analista John Stansfield, da DNEXT Intelligence SA.
Já a ORPLANA - entidade que reune as Associações dos Plantadores de Cana reagiu às acusações de responsável pelas queimadas em sua nota oficial:
"O prejuízo estimado pela Orplana até agora é de R$ 350 milhões. A organização possui 33 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores em sua base. A Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), pontuou que as cidades com mais risco de novos incêndios são Ituverava, Barretos, Severínia, Viradouro, Cravinhos e Descalvado." A entidade pontuou, em nota, que os incêndios podem trazer multas que variam de R$ 1 mil até R$ 7 mil por hectare, a depender do tipo de vegetação queimada. “Repudiamos veementemente os incêndios criminosos que vêm atingindo propriedades rurais na região de Ribeirão Preto. A organização e seus associados seguem rigorosamente as diretrizes do Protocolo Agroambiental como o Etanol Mais Verde, que proíbe o uso de fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo”, afirmou a Orplana em nota oficial."
Um dia antes do pico de incêncios a notícia era: - Na balança do açúcar, safra brasileira sobe e preço internacional cai
Dados da Conab divulgados nesta quinta-feira indicam que a produção de cana-de-açúcar no Brasil ficará levemente acima do estimado no mês passado. Enquanto isso, ao longo da semana, açúcar chegou no menor nível dos últimos dois anos na Bolsa de Nova York
O número ficou acima da estimativa de abril, que indicava 685,86 milhões de toneladas. Um total de 8,63 milhões de hectares foram destinados à cultura, o que representa um aumento de 3,5% frente ao ciclo passado.
O cenário de uma safra recorde, seguido de uma moagem que possivelmente será quase tão boa, tem pressionado o preço do açúcar no mercado há algum tempo. Segundo dados do Cepea/Esalq, o preço da saca de 50kg teve uma desvalorização de quase 20% nos últimos 12 meses.
Há um ano, a saca estava cotada num patamar de R$ 156. No fechamento de quarta (21/8) estava cotada por R$ 130. O movimento também é visto lá fora, na na bolsa de Nova York, que é referência para o mercado mundial. O contrato mais negociado da commodity atingiu 17,52 centavos de dólar por libra-peso (cents/lbp) na terça-feira, o menor patamar desde outubro de 2022.
Segundo uma reportagem da Bloomberg, os contratos futuros já caíram cerca de 7% este mês, impulsionados justamente pelo forte ritmo de moagem de cana no Brasil. “Isso impulsionou a perspectiva de oferta, mas os participantes comerciais também ficaram cada vez mais preocupados com o impacto do tempo seco”, diz o texto do site.
Apesar da queda, o cenário no mercado internacional para o açúcar continua favorável e, segundo a Conab, a demanda pelo produto brasileiro continua aquecida. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), entre abril e julho deste ano a comercialização do adoçante no mercado internacional totalizou mais de 11,6 milhões de toneladas. O volume é 27,1% superior ao volume embarcado no mesmo período da safra anterior.
Destacavam-se, até aqui, várias razões para o uso dessa prática das queimadas, como por exemplo: a facilidade e rendimento do corte, redução de acidentes de trabalho envolvendo o cortador de cana, melhoria da qualidade tecnológica da matéria-prima; controle de plantas daninhas e pragas; redução de custos de corte, carregamento, transporte e processo industrial; propiciar os tratos agrícolas e desenvolvimento de soqueiras, proporcionando condições de acordo coletivo de trabalho com os sindicatos de trabalhadores rurais. O resultado da queimada no processo da safra, são focos de fumaça por cima dos canaviais que diariamente espalham fuligem poluindo a atmosfera, atingindo as áreas urbanas, como partículas,
somando-se à poluição de seus distritos industriais.
O fato novo é o surgimento do monopólio e cartel para a formação dos preços no mercado mundial.
O mercado futuro de açúcar em NY encerrou a sexta-feira com o contrato para vencimento outubro/24 negociando a 18.40 centavos de dólar por libra-peso, uma alta de 30 pontos em relação ao fechamento da semana passada, representando 6.60 dólares por tonelada. Os demais contratos com vencimentos até março/26 também fecharam em território positivo entre 3 e 31 pontos (entre um e sete dólares por tonelada).
Correndo o risco de me antecipar aos fatos, mas já arriscando um palpite, parece que estamos começando a testemunhar uma reviravolta no mercado de açúcar em NY. Após ser fortemente pressionado por variações cambiais bem acima da média—quem não se lembra do dólar flertando com os R$ 5,9000? e pela constatação do colossal fluxo de exportação de açúcar do Brasil, que despejou quase 38 milhões de toneladas no mercado internacional em apenas doze meses, o cenário ficou complicado. E, como se não bastasse, os fundos especulativos “dando uma mãozinha” na queda, sem ligar muito para os fundamentos, e o ritmo frenético da moagem influenciando as decisões, era de se esperar que o mercado futuro não tivesse outro caminho a seguir além da queda. Afinal, como ignorar um viés baixista tão evidente?
No entanto, a situação dos canaviais está muito mais crítica do que se imaginava. As cenas angustiantes dos incêndios que afetaram diversas usinas, amplamente compartilhadas nas mídias sociais, dão uma ideia de como o problema se espalha, mesmo quando parece ser algo isolado. O consenso de que a moagem no Centro-Sul ficaria em torno de 605 milhões de toneladas já foi por água abaixo. Depois de apontar os lápis e refazer as contas, esse número está rapidamente caminhando para os 600 milhões de toneladas, com viés de baixa. E, sinceramente, não ficaria surpreso se encerrássemos o ano com 590 milhões de toneladas moídas. Estará a safra 25/26 no Centro-Sul também comprometida? O fogo pode danificar as raízes e os toletes (brotações) da cana, o que pode prejudicar o replantio e o crescimento das próximas safras, reduzindo a produtividade futura do canavial. Esse, para mim, é um ponto que necessita cuidadosa observação. Vou repetir o que disse aqui no último comentário: “Se a safra 25/26 sofrer do déficit hídrico proveniente desta safra corrente, prepare-se para preços mais altos. Bem mais altos.”(26/08/2024 Açúcar: Reviravolta à vista ou alarme falso? – Por Arnaldo Corrêa)
O clima é tenso entre produtores agrícolas de cana e os usineiros.
O processo de monopolização e formação de cartel nas usinas vem se agravando. Apesar das boas margens de lucro das Usinas como registramos no exemplo da Big Raizen, os produtores de cana (ORPLANA - que representa 12000 produtores de cana) estão em litígio aberto no CONSECANA SP com a UNICA. Exigem aumentar sua participação nos contratos de fornecimento da cana. (Orplana e Unica discordam sobre revisão do Consecana-SP - Após circular de abril deixar de ser publicada, entidades emitiram notas a respeito do tema)
A Raízen nasceu em 2011 como uma sociedade entre a gigante holandesa Shell e a brasileira Cosan, maior grupo sucroalcooleiro do Brasil. Unindo a produção de açúcar e biocombustíveis ao negócio de distribuição de combustíveis, a companhia se transformou em uma das cinco maiores empresas em faturamento do País, com mais de R$ 240 bilhões em vendas. Em 2021, a Raízen estreou na bolsa com um IPO bilionário para financiar os projetos de etanol de segunda geração. O grupo Cosan, de Rubens Ometto, e a holandesa Shell tem participações iguais na Raízen, de 44% cada.
São 26 unidades de produção de açúcar, etanol e bioenergia – e uma planta de etanol 2G – com capacidade instalada para moagem de 73 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que produzem cerca de 2,5 bilhões de litros de etanol por ano e 4,2 milhões de toneladas de açúcar.
A maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, está antecipando receitas futuras de um contrato para vender seu etanol de segunda geração para a Shell em um esforço para ajudar a financiar a construção de novas fábricas de biocombustíveis. A empresa está recebendo US$ 617 milhões adiantados, o que equivale a cerca de 20% dos volumes contratado pela Shell em 2022 por meio de uma das tradings do grupo, com entrega até 2037, disse em entrevista ào diretor financeiro da Raízen, Carlos Moura. A Raízen é uma joint-venture entre Shell e Cosan.
Qual o faturamento anual da Raízen? Acumulado de 2022/23
A receita líquida da Raízen caiu 2,3% na base anual, de R$ 54,967 bilhões de janeiro a março de 2023 para R$ 53,685 bilhões no período de 2024.
Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 1,284 bilhão, queda de 66,8% ante ganho de R$ 3,865 bilhões do ano anterior. A receita líquida caiu 10,3% na base anual, de R$ 245,83 bilhões para R$ 220,45 bilhões. (14 de mai. de 2024)
Com forte presença no interior de São Paulo, a Raízen chegou a ser impactada pelo fogo descontrolado. A empresa paralisou temporariamente a moagem na usina Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), depois que as chamas atingiram parte do estoque de biomassa da unidade, que já voltou a operar. Nos canaviais, cerca de 2% da moagem prevista foi destruída.
Brasil ganhará fatia no mercado global de açúcar, prevê Raízen
Para as safras seguintes, o país que é o maior exportador global da commodity seguirá ganhando fatia, somando 53% do total
Para as safras seguintes, o país que é o maior exportador global da commodity seguirá ganhando fatia, somando 53% do total (em 2026/27).
Durante apresentação divulgada no evento para investidores Raízen Day, a empresa previu que o país que tem o menor custo de produção entre os seus principais concorrentes avançará em momento em que o mercado mundial precisa de um preço da commodity mais elevado, uma vez que a capacidade instalada de produção está “esgotada”.
A Raízen estimou que o novo “preço de equilíbrio necessário” do açúcar é de 22,3 centavos de dólar por libra-peso em 2023, versus 18,8 centavos em 2022.
A empresa estimou o custo de produção no Brasil em 15,7 centavos de dólar por libra-peso em 2022/23, versus 20,2 centavos do principal concorrente, a Índia, enquanto o custo da Tailândia foi visto em 22,6 centavos.
Segundo o CEO da Raízen, os resultados do primeiro trimestre refletem a sazonalidade do período e estão em linha com o guidance (Imagem Reprodução Raízen)
A Raízen (RAIZ4) registrou um avanço de 58,8% no lucro líquido do primeiro trimestre da safra 2024/2025 (1T25), passando de R$ 671 milhões para R$ 1,065 bilhão, na comparação com o 1T24.
O Ebitda cresceu 14%, para R$ 4,711 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado registrou queda de 29,1%, em R$ 2,313 bilhões. A dívida líquida da companhia cresceu 7,6%, para R$ 31,59 bilhões, com a alavancagem saindo de 2x para 2,3x dívida liquida/Ebitda ajustado LTM.
A quantidade de cana moída cresceu 15,3%, para 30,9 milhões de toneladas, com avanço de 12,5% na produção de açúcar e 17,4% para etanol. O destaque fica por conta do crescimento da produção de etanol de segunda geração (E2G), que mais que dobrou na comparação com o trimestre do ano passado, saindo de 7,1 saltou de 110,39%, de 7,7 mil m³ para 16,2 mil m³.
Segundo o CEO Ricardo Mussa, os resultados do primeiro trimestre refletem a sazonalidade do período e estão em linha com o guidance para o ano, com expansão de receita, formação de estoques com maior valor agregado e do lucro líquido, com foco na disciplina de capital e excelência operacional.
“Em Renováveis e Açúcar, realizamos uma moagem recorde para o primeiro trimestre safra, garantindo eficiência agroindustrial, absorvendo os efeitos da inflação nos custos, além de avançarmos na produção de açúcar, etanol e energia.”, disse (Money Times, 13/8/24)
A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos Estados Unidos (CFTC) anunciou que as empresas Raízen Energia SA (RAIZ4), do Brasil, e Raízen Trading SA, da Suíça, foram multadas em US$ 750 mil por envolvimento em vendas fictícias e transações não competitivas no mercado de futuros de açúcar.19 de ago. de 2024
E agora com a virada nos preços internacionais para o açúcar, esse lucro deve aumentar, não é?
Com trechos e dados extraídos dos artigos:
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