Por Carlos Eduardo Paiva
Os indivíduos elaboram sua consciência social com base nas contradições desta sociedade e de sua situação em relação a elas. Quando inexistem movimentos sociais esta relação passa a não ser reconhecida como política e regride ao nível psíquico. A regressão do político ao psíquico se da principalmente pela impossibilidade de elaborar seu “eu” social.
A regressão do político ao psíquico leva a um modo pervertido de existência social onde cada um compensa seu descontentamento e sua castração no prazer de manipular o outro indivíduo e no “culto a personalidade” que por sua vez esconde ainda mais os conflitos político-sociais.
Esta regressão é facilitada pela manipulação e infantilização da população, engendradas através do rebaixamento cultural (publicidade, pornografia, etc.) realizada pelos principais meios de comunicação.
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Texto baseado no livro Administração, Poder e Ideologia de Maurício Tragtemberg, 1980, Cap. A co-gestão e o participacionismo ou Alice no país das maravilhas.
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