PRIMEIRO VENCER; DEPOIS A CONSTRUÇÃO IDEOLÓGICA E A ORGANIZAÇÃO DA LUTA DE CLASSE
Prezados (as)
Existem três objetivos em uma eleição: Vencer, vencer, vencer. Contra Bolsonaro, existem três riscos inaceitáveis: Perder, perder, perder. Não há tragédia nacional maior do que Bolsonaro continuar.
A maioria da população brasileira, cerca de 60%, professa doutrina de centro-direita conservadora. Por isso, em números, para vencer eleição é preciso conquistar parte desses votos. E não é fácil, ela possui forte vocação religiosa obscurantista judaico-cristã e está inebriada com o picadeiro do Circo do Povo. É da natureza humana das massas seguir seus líderes e ídolos. Isso implica que, para vencer, é preciso fazer coligações com as lideranças que atuam nessa esfera, incluindo candidatos, partidos políticos, religiões, segmentos econômicos e outros. É a realidade; como se diz, “aceite que dói menos”. Aja com a população como ela é, não como você deseja que seja.
Se houver coligação, meramente oportunística, com parte desses segmentos, ganha a eleição, aliás, as forças progressistas sempre ganharam: Getúlio ganhou em 1950 coligando-se com o ademarismo. Jango ganhou a vice presidência em 1960 com Jânio Quadros. Lula ganhou em 2002 e 2006 com o empresário José Alencar. Dilma ganhou em 2010 e 2014 com o escroto Temer.
Se não houver coligação, perde a eleição, aliás, sempre perdemos. Lula perdeu em 1988 com o Senador José Paulo Bisol como vice; em 1994 com Aloizio Mercadante; em 1998 com Leonel Brizola e em 2018, Haddad perdeu com Manoela D’Ávila. Haddad não perderia se coligações tivessem ocorrido e a tragédia Bolsonaro seria desconhecida para nós. Em muito, fomos os culpados.
Achar que Lula ganhará a eleição desse ano com chapa pura de esquerda, é delírio ideológico e burrice em estratégia eleitoral. Sem coligação, não há voto suficiente e, ademais, irá se formar uma poderosa frente de centro-direita contra nós que nos massacrará: “Comunismo nunca mais, nossa bandeira não é vermelha, Lula e PT corruptos, Deus é Fiel” tudo capitaneado pela Globo e seu JN. E a derrota será acachapante, pelo menos, há grande risco de perder e não há como arriscar com Bolsonaro. Por isso, partidos e candidatos de esquerda que querem chapa pura, muitos aspirando ser vice, esqueçam. É preciso conquistar os votos de centro-direita; os de esquerda, já estão garantidos. Vamos ganhar as eleições e, depois, todos irão ajudar como Ministros ou outras funções e fazer o melhor governo de todos os tempos, melhor do que os Lula 1 e 2. E, não se preocupem, o avanço ideológico e a organização da luta de classe será retomada, com todo o ímpeto, depois de vencer a eleição. Se não ganhar, retrocede-se a estágio anterior ao atual.
Risco com as coligações? Com Lula, não existe. Lula é confiável e, ademais, sabe devorar qualquer inimigo que sentar ao seu lado, até o Satanás: Com ou sem tempero, cozido ou cru. Sempre devorou e a sua fome contra a elite é insaciável.
César Cantu
São Paulo, 10.01.22