Quando um tribunal de uma nação despreza:
O fato de que nenhum país do planeta com o tipo de estrutura hidroelétrica privatiza uma empresa pública como a Eletrobras.
Que o valor estimado para venda está no entorno de 1/10 do valor de empresas que vendem o mesmo produto, o kWh.
Que o modelo mercantil adotado no Brasil tem valores extremamente instáveis, diferentes de outros mercados e, ao usar esses números para avaliar o valor de uma empresa como a Eletrobras, perpetra-se um total absurdo.
Que, consultando os dados oficiais, é possível demonstrar que o setor privado não investiu na expansão da oferta como se imaginou desde a década de 90.
Que, ao oferecer o controle de uma empresa como a Eletrobras, o capital privado se retrai em reais investimentos de expansão da oferta.
Que apenas 8,5% das usinas hidroelétricas privadas foram originadas de investimento privado.
Que a maioria dos “investimentos” privados foram aquisições de usinas prontas.
Que, desde a adoção da privatização e mercantilização o Brasil “termificou” o sistema, onde as térmicas foram multiplicadas por 6, apesar dos subsídios no mercado livre para fontes renováveis.
Que o estatuto da Eletrobras foi desobedecido por todos os governos para obrigar a empresa a corrigir os problemas do modelo, como os exemplos de compra de distribuidoras, redução compulsória de tarifa e sociedades onde a empresa é minoritária.
Que desde 1995, marco zero do modelo privado-mercantil a tarifa média já se elevou acima da inflação em mais de 100% prejudicando os mais pobres.
Quem está gravemente doente é o país.
Fonte: http://isosendacz.org/2022/05/06/um-pais-doente/
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