1. Estamos de luto. A tragédia brasileira se projeta sobre nós como uma sombra terrível. 
    

2. Vemos centenas de milhares de mortes, evitáveis, em um genocídio causado pela busca de uma inalcançável imunidade por contágio ao SARS-COV-2. E agora presenciamos, estarrecidas (os), a CPI da pandemia mostrar que vidas valiam um dólar de propina.
    

3. Vemos a disseminação da fome, com a população desassistida em meio à crise econômica e à precarização absoluta de suas condições de trabalho.
    

4. Vemos um ecocídio generalizado, devastando-se biomas preciosos. Permissividade com desastres em barragens de mineradoras, em derramamentos de óleo cru de porte jamais visto. Uso desenfreado de agrotóxicos.
    

5. Vemos a dizimação de povos originários, quilombolas e campesinos. 
    

6. Vemos a entrega da soberania nacional em privatizações selvagens.
    

7. Vemos a desestruturação sistemática do Estado, fortalecendo-se milícias assassinas. O reforço constante ao discurso de ódio que dá sustentação às mais horrorosas chacinas do povo preto favelado. Ameaças constantes de golpes de força para aniquilar o já combalido estado democrático de direito.
    

8. A Engenharia se gestou para trabalhar visando ao bem-estar do ser humano. Ao subscrever este manifesto, assumimos o compromisso solene de não nos rendermos à destruição. Pois crises geram oportunidades, que nos permitem sonhar com – e ajudar a caminhar para – a construção de uma país inclusivo, socioambientalmente desenvolvido.
    

9. Nós, da comunidade brasileira de Engenharia, resistiremos. E iremos ajudar a reconstruir nosso país. Integrantes da comunidade da Engenharia do Brasil, ao assinarmos este chamado em defesa da Democracia, estamos vindo a público para clamar um basta a toda esta devastação. Iremos às ruas pelo fim deste projeto de destruição nacional.
    

10. Não aceitamos a regressão do Brasil a um estágio de neocolônia escravocrata em pleno sec. XXI. O Brasil fornecedor de grãos, carnes e minérios não processados. Desindustrializado, em aglomerações urbanas caóticas.
     

11. O movimento Engenharia pela Democracia, EngD, soma-se aos que levantam sua voz para interromper a marcha da insensatez que estamos percorrendo. Vamos re-esperançar nosso país.
     

12. Sim, estamos de luto. Mas, por isso mesmo, lutamos. Ao lado do povo brasileiro. Por mais vacina, por comida no prato e pelo fim do governo genocida.

Fora Bolsonaro!