O movimento Engenharia pela Democracia (EngD) constituiu, nesta quarta-feira (7), o Comitê Organizador de Eventos do Mês Internacional dos Direitos das Mulheres, que se propõe a organizar atividades em homenagem ao 8 de março, data comemorativa internacional da luta das mulheres por seus direitos.
O comitê foi iniciado com a participação das engenheiras Cládice Nóbile Diniz, Mariza Costa Almeida, Odete dos Santos, Lara Fernanda Modolo Ducci, Ana Rosemira Peixoto Sampaio Cavalcanti e Martha Ribeiro Simas, além da pedagoga e poeta Adelina Maria Martins. Ao todo, 17 mulheres se inscreveram e se conta com suas participações.
A engenheira naval Cládice Diniz, vice-coordenadora da EngD, mostrou-se entusiasmada com a boa receptividade das participantes da entidade em promoverem eventos que venham a contribuir com a luta das mulheres. Destacou que as interessadas em contribuir para a realização dos eventos serão bem recebidas, inclusive se espera que outras entidades venham a participar em parceria e/ou patrocínio.
Na convocação para a organização do comitê, a EngD fez um levantamento prévio dos assuntos que mais desejavam verem debatidos e esclarecidos, entrevistando as inscritas sobre quais reivindicações que julgavam atualmente prioritárias na luta das mulheres. Na reunião, as presentes trataram os dados das respostas e analisaram as informações resultantes para a indicação dos temas a serem desenvolvidos.
A reivindicação mais frequente foi a da equiparação salarial, que até está determinada por Lei. Sua citação alerta para a necessidade de fazer a legislação ser cumprida em todos os ambientes profissionais. A engenheira agrônoma Mariza Almeida alertou que além de salários iguais, há que se conseguir a igualdade de gênero no trabalho.
No espaço de atuação profissional, a engenheira civil Odete dos Santos relatou a situação com que se deparam as profissionais não encontrando creches para seus filhos pequenos, fala essa que foi complementada pela poeta Adelina Martins, lembrando que as mães também padecem para trabalharem e cuidarem também dos filhos maiores, haja vista a falta de opções de atividades educativas, culturais, esportivas e de entretenimento gratuitas para eles bem aproveitarem o tempo em que não estão na escola.
Indo para uma participação mais ampla, a engenheira civil Lara Fernanda Ducci defendeu maior participação das mulheres em cargos de alta liderança, nas esferas e setores da sociedade.
Já a engenheira civil Ana Sampaio defendeu a necessidade de qualificar as mulheres para atuarem com desenvoltura no trabalho informatizado da internet, agindo para que elas adquiram competências no mercado digital, em marketing e na comunicação. Considera que a Mútua pode ter relevante papel na oferta de recursos nesse sentido.
Considerando todas as contribuições, lista-se a seguir os assuntos que nortearão os trabalhos do comitê:
Políticas de enfrentamento ao feminicídio e a todas formas de violência contra as mulheres.
Direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e o trabalho.
Enfrentamento ao assédio no trabalho com políticas públicas setoriais.
Igualdade de salários e oportunidades para as profissionais.
Rompendo o teto de vidro para mais mulheres em postos de decisão.
Maternidade e trabalho: a falta de creches e de quem atenda as crianças no tempo sem escola.
Maternidade e Carreira das Cientistas e Profissionais da Tecnologia.
Racismo estrutural no trabalho.
Políticas de capacitação das profissionais em softwares complexos do ambiente de trabalho, com criação de linhas de créditos para suas aquisições.
Capacitação rápida em inovações digitais, marketing e comunicações para as profissionais (por mini curso e/ou outros recursos).
As mulheres que tenham competências nos assuntos elencados estão desde já convidadas a divulgar seus conhecimentos, procurando o comitê para se planejar a atividade. E todos estão convidados a aprender em conjunto nos eventos.