A engenharia brasileira para cima e para o alto
- EngD
- 30 de jun.
- 3 min de leitura
"Conduzir ao espaço um satélite nacional usando um foguete brasileiro, a partir de um centro de lançamento em nosso território."

O Micro Lançador Brasileiro (MLBR) está sendo desenvolvido por meio de uma robusta colaboração entre oito empresas genuinamente brasileiras: CENIC, Delsis, ETSys, Plasmahub, Concert, Bizu Space, Fibraforte e Almeida, sendo que o futuro lançador, com aproximadamente 12 metros de altura, 1 metro de diâmetro e 12 toneladas de massa na decolagem, possuirá a capacidade de colocar cargas de até 40 kg em órbitas terrestres a uma altitude de 450 km.
A equipe responsável pelo MLBR é composta por diferentes gerações, unindo profissionais seniores com larga experiência adquirida quando de sua participação nas etapas iniciais do então exclusivamente estatal Programa Espacial Brasileiro, incluindo o projeto VLS (Veículo Lançador de Satélites), especialistas com anos de experiência na indústria aeronáutica e aeroespacial, e jovens engenheiros motivados, com menos de dez anos de formação, graduados pela mais nova modalidade de formação profissional oferecida pelo ITA, a Engenharia Aeroespacial. Esta diversidade evidencia claramente que o MLBR foi concebido como um projeto de longo prazo, visando a sustentabilidade tecnológica e a perpetuação do conhecimento.
O MLBR é equipado com três propulsores sólidos, derivados de motores desenvolvidos com emprego de tecnologias próprias ou visadas em curto prazo. Procura-se, em seus projetos em curso, compatibilizá-los com as facilidades e procedimentos de carregamento de propelente já disponíveis no País, graças e investimentos passados realizados pelo Brasil através do DCTA/IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da Força Aérea Brasileira), que tem apoiado o programa desde seu edital de chamada pública, realizado pela FINEP em 2022.
O projeto do Microlançador Brasileiro (MLBR) alcançou um marco importante com a conclusão bem-sucedida da Revisão Crítica de Projeto — uma fase fundamental para validar a engenharia do novo foguete nacional.
Com 12 metros de altura, o foguete foi projetado para transportar até 30 kg de carga para órbita útil baixa. Durante os testes, alguns sistemas superaram as expectativas, como o de telemetria, que garantem a comunicação entre o foguete e a estação em solo.
Agora, o próximo desafio será a Revisão de Qualificação de Sistemas (SQR), onde todos os sistemas principais — motores, estruturas, sistemas elétricos e a plataforma de lançamento — passarão por rigorosos testes de qualificação.
Mas esta não é a única conquista espacial do Brasil:
Estudantes brasileiros de Engenharia vencem “Copa do Mundo dos Foguetes”

Em um feito inédito para o Brasil, a equipe UFABC Rocket Design, formada por cerca de 130 estudantes da Uniersidade Federal do ABC, alcançou um feito inédito ao conquistar o 1º lugar na International Rocket Engineering Competition (IREC) 2025, conhecida como “Copa do Mundo dos Foguetes”, uma das mais relevantes competições internacionais de engenharia aeroespacial, realizada entre os dias 9 e 14 de junho, nos Estados Unidos.
O foguete vencedor, batizado de Aracê (nome em tupi-guarani que significa “nova er” e “renascimento”), atingiu 3 .255 metros, com margem de erro de apenas 0,66% em relação ao alvo (3 .272 m), demonstrando excepcional precisão técnica. Essa categoria exige que motor e projeto sejam desenvolvidos integralmente pelos próprios estudantes — o chamado modelo “Student Researched and Developed”.
Mais informações sobre o MLBR em https://brazilianspace.blogspot.com/2025/02/projeto-mlbr-microlancador-brasileiro.html e sobre o campeonato mundial de foguetes em https://jornalggn.com.br/educacao/estudantes-brasileiros-vencem-copa-do-mundo-dos-foguetes/
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