Histórias da Universidade de Brasília
- EngD
- 12 de jun.
- 5 min de leitura
Henrique Luduvice
Agradecimento Público da Família Luduvice a UnB

Luciano e Maria Elisa Luduvice, após se estabelecerem em Brasília no mês de abril do ano de 1962, provenientes do Rio de Janeiro, realizaram profunda análise sobre onde matricular seus quatro filhos assim que atingissem a idade mínima necessária para iniciar os estudos formais.
Nesta reflexão, ponderaram sobre o espaço temporal compreendido entre os nascimentos do primogênito e do último rebento, cinco anos e um mês. Ressalte-se que este, o mais novo, embora gerado na Cidade Maravilhosa, apresentou-se a este mundo no Distrito Federal e assumiu, desde então, características de um autêntico brasiliense, devidamente inserido na cidade projetada para ser a nova Capital.
Necessário se faz realçar que a rede pública de ensino oferecia na época alternativas recém-inauguradas de excelente qualidade. Ademais, comprometidas com uma permanente evolução, em sintonia com as concepções originais que se alastravam por Brasília.
Consideradas as idades e as opções disponíveis, os três filhos mais velhos do casal restaram matriculados no Jardim de Infância localizado na SQS 114, exemplar já existente e que se achava em pleno funcionamento. Os dois mais novos frequentaram, por temporadas distintas, as primeiras turmas da estrutura situada na SQS 308, onde residiam, cujas obras se encerraram em prazo posterior.
Ao incidirem nos estágios de ingressar no Primeiro Grau (Primário e Ginásio, como então se denominava) a ideia força imaginada pelo casal foi colocá-los em Escolas que viabilizassem uma excelente formação curricular e religiosa, agregada à intensa prática de esportes. Em adição ao discorrido, deveriam ser adjacentes, facilitando o acesso e retorno ao local de moradia.
Havia, ainda, outro item entendido como relevante e analisado com afinco na ocasião: que os Colégios viabilizassem uma continuidade do Pré-Primário ao término do citado Ciclo, preparando de modo adequado para a entrada no Segundo Grau (ou Científico, antiga nominação).
Esta última condição propiciaria, inclusive, maiores perspectivas da construção de sólidas amizades, caso a família viesse a se fixar em definitivo na cidade. De fato, tal realidade se concretizou, conforme se verifica no decorrer do texto.
Em razão do acima exposto, decidiu-se colocar os três filhos e a filha em Colégios Salesianos (Dom Bosco e Maria Auxiliadora), tão logo completavam os seis ou sete anos de vida (dependendo do caso e data de nascimento), pois ambos concordavam que as citadas instituições preenchiam os critérios previamente definidos.
De acordo com o planejado, todos os filhos permaneceram por oito ou nove anos nessas organizações educacionais, até se credenciarem a prospectar a fase seguinte. Frise-se, em complementação, que os quatro prestaram seus Exames de Admissão, cenário regulamentado na época, alcançaram resultados dignificantes e saltaram o denominado quinto ano adentrando diretamente no Ginásio, de imediato à conclusão do Primário.
No Curso Científico, etapa subsequente, as experiências individuais se diversificaram. Cada um teve suas escolhas específicas respeitadas. Embora os parâmetros de seleção tenham envolvido, mais uma vez, rígidos diagnósticos da arte de lecionar. Foram avaliados organismos com histórico de excelência no item instrução, classificações nos vestibulares dos anos anteriores, bem como os rumos e destinos das amizades amealhadas no período precedente.
Como consequência desta harmonia, Henrique integrou o Colégio Pré-Universitário, Maurício o Laser, Magna o Objetivo e Ricardo o Marista. Escolas que, nas devidas conjunturas, preparavam adequadamente para o grande desafio dos estudantes daquele tempo: o Exame Vestibular, verdadeiro funil que definia as expectativas de futuro.
Destaque-se que durante as respectivas trajetórias, desde o Jardim de Infância e, com maior ênfase no Pré-Primário, Primário, Ginásio e Científico, os filhos compreenderam a necessidade de se empenhar nas leituras, executar os deveres, elaborar pesquisas e atender as demandas previstas nas tarefas. Deviam proceder com a seriedade apropriada no que concernia às determinações das Organizações de Ensino.

Além do explicitado, incorporaram estímulos para que ostentassem notas compatíveis com suas inteligências, dedicações e oportunidades de aprendizado. Até mesmo na área de Línguas, exercitadas com maior profundidade nos horários vespertinos ou noturnos (dependendo das circunstâncias), em estabelecimentos apropriados.
Urge esclarecer que os Pais exigiam resultados a cada teste, prova, mês, bimestre ou ano, que refletissem, com naturalidade, a compatível absorção de conhecimentos. Em termos atuais, propugnava-se pelo estímulo ao foco. Em sequência, envidavam-se esforços no acompanhamento contínuo dos modelos instrutivos para que os filhos compreendessem a importância de se sobressaírem nos desafios estudantis, preparando-os para a competitividade dos mercados profissionais vindouros.
Neste contexto, enfatize-se que as observações paternas, mas, principalmente, as maternas eram constantes. Em alguns episódios, incondicionais e irrefutáveis.
Em resumo, demandava-se, no âmbito da família, compromissos permanentes com a vontade de evoluir e não se aceitava avaliações baixas sem justificativas convincentes. Nos casos em que tais circunstâncias ocorreram, sucediam-se cobranças por promessas de maior dedicação e melhorias.
Acrescente-se que estando a família radicada no Distrito Federal, impunha-se um objetivo central definido coletivamente: incorporar-se em uma das principais Universidades do Brasil, a UnB. Os desafios e estímulos se direcionavam para aquele processo seletivo.
Entre as ofertas disponíveis na grade proporcionada por aquele centro de Ensino Superior, cada um deveria mirar nas próprias aptidões e preferências visando a obtenção de graduações nas Profissões que viessem a ser abraçadas. Cumpre enunciar que esses valores foram transmitidos, com vigor, para as gerações consecutivas.
A esta altura, convém evidenciar que os quatro filhos (todos com carreiras reconhecidas e igualmente aposentados nesta data, conquanto prossigam com variadas atividades) prestaram seus vestibulares para a Universidade de Brasília. Assim como, os sete netos (seis já exercendo incumbências ocupacionais e um estudando) E, todos, sublinhe-se, sem exceção, obtiveram sucesso.
Registre-se que dentre esses onze (11), nove (9) já ostentam diplomas da UnB, renomada unidade da Academia brasileira. Um deles, em razão do curso em que pretendia verdadeiramente se desenvolver não existir na UnB da época, prestou novo exame e seguiu para outra Universidade pública (a UFS em Sergipe), onde se graduou. Enfatize-se que o neto mais novo se encontra, neste exato momento, desenvolvendo-se na área de Engenharia de Energia na UnB.
Portanto, dentre os descendentes de Luciano e Maria Eliza, da primeira e segunda gerações, que um dia cursaram a UnB, dez deles estamparão certificados de graduação daquela prestigiada Universidade. Em áreas como Engenharia Civil (2), Engenharia Florestal, Direito, Psicologia, Economia (2), Engenharia Química, Jornalismo e Engenharia de Energia. Com exceção do que segue estudando na UnB, os demais atuaram ou operam em conceituados conglomerados (públicos ou privados), do Brasil ou exterior.
Assinale-se, adicionalmente, que já se contabiliza nas estatísticas conquistadas a posteriori, sete Mestrados e três Doutorados, oriundos de distintas usinas produtoras de saberes, algumas do estrangeiro, com amplas perspectivas de avanços nesses números, em horizonte próximo.
É possível que alguma família brasileira tenha colocado mais membros na Universidade de Brasília. Afinal, nunca se efetuou quaisquer aferições sobre o tema. Mas, seguramente, os Luduvice incluem-se entre aqueles que ostentam alguns dos mais expressivos números. Agregue-se a tais dados e informações, o extremo orgulho que sentimos da “nossa” UnB, em relação à qual consideramo-nos, com certeza, eternos devedores.

Em razão do acima descrito, permitam-nos efetuar de público, no ensejo desta narrativa, um retumbante agradecimento à UnB, a Brasília e ao Brasil.
Muito Obrigado!!!
Por tudo!!!
Sempre!!!
O Engenheiro Civil Henrique Luduvice foi Presidente do CREA/DF, MÚTUA e CONFEA, Diretor Geral do DER/DF, Secretário de Transportes do DF e Presidente dos Conselhos Rodoviário, do Metrô e de Transportes do Distrito Federal.
Ele também conta histórias de pioneiros em Brasília: https://www.engd.org.br/post/hist%C3%B3rias-de-pioneiros-em-bras%C3%ADlia
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