O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira (30) a proposta oficial para o 1º primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). A entrega ocorreu durante a participação de Lula na cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), em Brasília.
A minuta do PBIA, elaborada pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), contou com a parceria da comunidade científica e de representações da sociedade civil. O movimento Engenharia pela Democracia (EngD) foi uma das entidades que contribuíram para o projeto.
“O dia de hoje é marcante para a sociedade brasileira”, afirmou Lula. “O que vocês fizeram hoje – de me entregar um documento sobre uma inteligência artificial, pensada pela universidade brasileira, pensada pelos cientistas brasileiros – é um marco neste país.”
Segundo Lula, o PBIA terá papel relevante no desenvolvimento nacional, a soberania e a geração de empregos. “O Brasil precisa aprender a voar. Nós somos grandes. Nós temos inteligência. O que nós precisamos é ter ousadia de fazer as coisas acontecerem”, afirmou. “Na semana que vem, já vou ter uma reunião com ministros para apresentar a nossa proposta de política de inteligência artificial que vocês nos entregaram – e, a partir daí, vamos tomar decisões para saber como fazer essa coisa acontecer de fato e de direito.”
Presente à cerimônia, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, avaliou que o projeto apresentado a Lula é um “plano ousado e viável, robusto e factível”. Estão previstos R$ 23 bilhões em investimentos.
De acordo com Luciana, “o Brasil tem muitos dados que são cobiçados pelas big techs – e nós vamos ter os nossos dados. Haverá de ter uma integração, que não há hoje, e com nuvem própria, soberana, com linguagem brasileira. Soberania e autonomia para fazer valer a inteligência do nosso país”.
Elaborado ao longo de quatro meses, o PBIA foi aprovado no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia nesta segunda-feira (29), após mais de 30 reuniões bilaterais, mobilizando representantes de 117 instituições públicas, privadas e da sociedade civil.
Dividido em eixos (Infraestrutura e Desenvolvimento de IA; Difusão, Formação e Capacitação em IA; IA para Melhoria dos Serviços Públicos; IA para Inovação Empresarial; e Apoio ao Processo Regulatório e de Governança da IA), o PBIA tem cinco diretrizes:
Transformar a vida dos brasileiros por meio de inovações sustentáveis e inclusivas baseadas em Inteligência Artificial.
Equipar o Brasil de infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento, incluindo um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, alimentada por energias renováveis.
Desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossa diversidade cultural, social e linguística, para fortalecer a soberania em IA.
Formar, capacitar e requalificar pessoas em IA em grande escala para valorizar o trabalhador e suprir a alta demanda por profissionais qualificados.
Promover o protagonismo global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.
Clique aqui para conhecer documentos sobre o PBIA.
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