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A Nova Indústria Brasil e o Renascimento da Engenharia Nacional

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    EngD
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura

Francis Bogossian e Fernando Peregrino


O Brasil dá sinais de uma inflexão histórica. Após décadas de desindustrialização e retração da engenharia nacional, o país começa a reconstruir as bases de seu desenvolvimento produtivo com o lançamento da Nova Indústria Brasil (NIB) — uma estratégia que recoloca a engenharia no centro das políticas públicas, da inovação tecnológica e da soberania nacional.


Com investimentos previstos da ordem de R$ 3,4 trilhões até 2026, sendo mais de R$ 500 bilhões em crédito industrial e R$ 80 bilhões destinados à inovação tecnológica, a NIB inaugura um novo ciclo de oportunidades. A engenharia brasileira, em todas as suas disciplinas — da civil à química, da mecânica à elétrica, da computação à aeroespacial — volta a ser convocada a desempenhar um papel estratégico.


A reativação de setores industriais intensivos em tecnologia — como energia renovável, mobilidade elétrica, defesa, biotecnologia, semicondutores e infraestrutura verde — exige engenharia de alto nível, multidisciplinar e conectada com os desafios contemporâneos. Isso não apenas cria empregos qualificados, mas também reativa empresas nacionais de projeto, construção, automação e fabricação.


A política industrial formulada pelo governo retoma o uso estratégico do poder de compra do Estado, estimula cadeias produtivas locais e regionalizadas, promove a modernização do parque industrial e incentiva a inovação com instrumentos como a depreciação acelerada, os fundos não reembolsáveis, as encomendas tecnológicas e as compras públicas inovadoras. Isso só é possível com uma engenharia robusta, que integre conhecimento técnico, visão de futuro e compromisso com o país.


Além disso, a NIB reconhece o papel das startups deeptechs como agentes de inovação de base científica. Essas empresas, surgidas de laboratórios de pesquisa e centros de excelência, criam soluções disruptivas e sofisticadas, e são lideradas muitas vezes por engenheiros. Nesse contexto, a parceria entre Finep, BNDES, Sebrae, ABDE, CGEE e outras instituições aponta para a construção de um verdadeiro ecossistema de ciência, tecnologia e inovação nacional.


No setor público, a valorização de empresas estatais, como Petrobras, Eletrobras e a própria Finep, resgata a função pública da engenharia — como ferramenta de planejamento, infraestrutura e soberania tecnológica. E, no setor privado, empresas como a Embraer — que, embora privatizada, continua sendo símbolo da engenharia nacional aplicada à alta tecnologia — demonstram o potencial do Brasil em disputar os mercados mais exigentes do mundo.


Mais do que uma política industrial, a Nova Indústria Brasil é um chamado ao renascimento da engenharia como projeto coletivo de país. Um país que deseja estar no centro das transformações do século XXI precisa investir em inteligência tecnológica nacional — e isso começa com a valorização da engenharia e dos engenheiros.


O Clube de Engenharia, em seus 145 anos de história, sempre defendeu esse papel transformador da profissão. Hoje, como presidente e vice-presidente da entidade, reafirmamos: sem engenharia, não há indústria forte; sem indústria, não há soberania.


A Nova Indústria Brasil é uma oportunidade histórica. E a engenharia brasileira está pronta para responder.


Francis Bogossian é presidente do Clube de Engenharia - Brasil e Fernando Peregrino é seu vice.

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