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CONSIDERAÇÕES SOBRE A COR VERMELHA EM BANDEIRAS E NA HISTÓRIA DO BRASIL

  • Foto do escritor: EngD
    EngD
  • 11 de ago.
  • 4 min de leitura

Henrique Luduvice


Bandeiras das unidades federativas brasileiras
Bandeiras das unidades federativas brasileiras

Em recente Artigo destacamos a presença da cor vermelha nas bandeiras da maioria dos países nos diversos continentes do Planeta Terra. Enfatizamos, ainda, o real significado dessas escolhas e inclinações, muitas delas vinculadas a renhidas disputas, às vezes longas e sangrentas, na busca por libertações e independências. Mas, há situações em que a referida coloração foi selecionada por aspectos alternativos, considerados de similar relevância.


Verifica-se que, em determinados casos, foram determinantes os cenários geográficos, vegetações nativas ou minerais encontrados nas respectivas naturezas. Existem também as Nações que incorporaram colorações ou referências realçadas nos emblemas dos antigos colonizadores.


O Brasil foi descoberto por Portugal no ano de 1500, em um período que a Europa se estruturou na procura por outras rotas de navegação e expansão de horizontes. Visava-se, naquela época, ampliar o comércio marítimo existente ou em consequência dessas iniciativas, encontrar novas fontes de riquezas. Essas expedições poderiam, ainda, propiciar a conquista de territórios em áreas até então pouco exploradas ou desconhecidas.


O Brasil daquele tempo era habitado por significativos contingentes de povos originários. Após a concretização do domínio português, iniciou-se uma colonização pautada em influências e valores daqueles que desembarcaram em suas caravelas e provinham de um continente com civilizações mais avançadas em inúmeros contextos.


Portanto, resta incontestável que os primeiros símbolos e bandeiras que identificaram o Brasil, em sua fase colonial, refletiam sem inibição as sucessivas circunstâncias e casas imperiais de Portugal. Sempre que assumia um novo monarca no país dominante, suas insígnias de espraiavam pelos povos conquistados. Assim acontecia nas múltiplas terras desbravadas pelas nações europeias.


As inquestionáveis contribuições de Portugal ao Brasil, ao longo dos séculos seguintes, se manifestaram em vastas áreas. Posteriormente, também a Espanha, França, Holanda e Inglaterra, em diferentes graus, se fizeram presentes durante a fase colonial deste País, legando colaborações para a formação das estruturas, principalmente regionais, aqui estabelecidas. A presença africana, infelizmente por meio da escravidão nos primeiros séculos, fincou valores. Mais recentemente, grupos de imigrantes europeus e asiáticos atraídos por governos brasileiros e os EUA assumiram protagonismo nessa conjuntura.


Faz-se interessante salientar que todas essas Nações possuem diversificados matizes de vermelho em suas pendões e flâmulas, o que, via de regra, se refletiu nos pavilhões que expressam a imagem de importantes Estados brasileiros e suas Capitais, bem como nas marcas de expressivo número de Municípios e, até mesmo, de Instituições Profissionais, Culturais e Desportivas.


Examinando-se, acuradamente, as vinte e sete unidades da Federação brasileira, percebe-se que treze delas (Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Pará, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul, Roraima, São Paulo e Santa Catarina) ostentam o colorado em suas bandeiras, enquanto uma, o Espírito Santo, exibe o rosa, tonalidade próxima.


Dentre as Capitais dos Estados conclui-se, em rápida pesquisa, que dezenove adotam o encarnado em suas insígnias, a saber: Aracaju, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória.


Em termos de esporte, observa-se que o vermelho que se faz presente nos anéis olímpicos, reflete-se em incontáveis uniformes ou indumentárias de delegações, seleções e equipes de infinitas modalidades dos mais distintos locais, regiões ou nacionalidades. Em alguns casos, reproduzindo total ou parcialmente os matizes estampados nos símbolos dos Países, Estados ou Municípios.


A esta altura, impõe perceber que o brado exacerbado em determinadas manifestações públicas de que a nossa bandeira jamais será vermelha demonstra, portanto, um misto de desconhecimento ou ignorância sobre as incalculáveis aparições da mencionada coloração em numerosas situações ou circunstâncias do cotidiano desta Nação.


Afinal, as bandeiras de relevantes Estados, Cidades, Universidades, Clubes ou de simples Agremiações adotam esta cor e seus concidadãos ou adeptos as envergam com substancial orgulho, sem, necessariamente, vinculá-las a quaisquer conotações políticas ou ideológicas.


Os exemplos são muitos: alguém, por exemplo, poderia imaginar o Flamengo ou o Milan, em seus espetáculos, sem as épicas camisas e bandeiras rubro-negras? Ou o Manchester United, Bayern, São Paulo, Barcelona, Internacional e Benfica sem suas cores tradicionais? Ou então, o Corinthians sem a âncora e o Vasco sem a cruz de malta tingidas de vermelho? E o Atlético de Madrid? O Liverpool? O Paris Saint Germain? Quantas instituições em nosso País e ao redor do mundo? Na Arte? Música? Teatro? Escolas de Samba? Impossível, certamente, especificar.


Em resumo, ressalte-se que este Artigo pretende compartilhar informações que agreguem conteúdos a debates de elevado nível, disponibilizando mais luzes sobre o tema em tela. O texto se propõe, ainda, a colaborar para que a aceitação das diferenças de entendimentos sobre os mais variados temas, seja considerado algo natural.

História das bandeiras do Brasil
História das bandeiras do Brasil

Enfim, um último argumento, embora não menos expressivo: a mensagem contida nesta matéria se destina a apoiar uma necessária racionalização e democratização dos debates, que devem ser travados sempre em elevado nível nos múltiplos fóruns, assim como, no âmbito das famílias e da sociedade brasileira.


Leia também de Luduvice REFLEXÕES SOBRE O VERMELHO NAS CORES DAS BANDEIRAS NOS PAÍSES DO PLANETA TERRA - https://www.engd.org.br/post/reflex%C3%B5es-sobre-o-vermelho-nas-cores-das-bandeiras-nos-pa%C3%ADses-do-planeta-terra.

Henrique Luduvice é Engenheiro Civil, Ex-Presidente do CREA/DF, MÚTUA e CONFEA; Ex-Diretor Geral do DER/DF e DMTU/DF; Ex-Secretário de Transportes do DF; e Ex-Presidente dos Conselhos Rodoviário, do Metrô e de Transportes do Distrito Federal.


 
 
 

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