Fórum da Engenharia Nacional - formação profissional, Lei 5194/66, geração de empregos e economia solidária
- EngD
- 7 de jun.
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O objetivo dessa mesa é analisar e propor soluções para a urgente necessidade de ampliar, em quantidade e qualidade, a formação de engenheiros capazes de impulsionar o desenvolvimento brasileiro; discutir caminhos para despertar o interesse dos jovens por Matemática, Física, Ciência e Engenharia, enfrentando as deficiências do ensino básico e aproximando novas gerações das áreas tecnológicas; explorar o potencial transformador das cooperativas agrícolas, habitacionais, de crédito, de emprego, entre outras, como alternativas inovadoras para geração de empregos, inclusão social e emancipação humana; combater propostas como o PL 1024/2020, que visam abrir o mercado nacional à atuação de profissionais e empresas estrangeiras sem reciprocidade; e incentivar um debate amplo e democrático sobre a modernização da legislação profissional, fundamental para o fortalecimento da engenharia brasileira.

O professor Cardozo propôs uma metodologia ativa para a formação dos alunos que, com apoio dos professores, devem capitanear a busca do conhecimento, equilibrando a teoria e a prática da engenharia e tendo o ser humano como centro das coisas. Ele trouxe exemplos internacionais que dão conta de a Coreia ter dobrado o número de engenheiros formandos a cada ano em uma década e meia - o Brasil precisa de 350 mil profissionais para o PAC, mas hoje conta com apenas 90 mil - o incremento anual da Coreia no século passado.

A conselheira do Confea e presidente da Abea Carmen Petraglia discorreu sobre a regulamentação profissional, ora em tela com as modificações propostas para a Lei 5191/66. Um dos pontos pendentes de melhora do instrumento legal diz respeito à obrigatoriedade de reciprocidade estrangeira para que profissionais de fora atuem no país, bem como a necessidade de maioria de sócios empresariais registrados no sistema para que uma firma seja qualificada como "de engenharia". Ela lembrou ainda do Crea-Jr, programa importante para a familiarização dos estudantes das profissões com a realidade corporativa que encontrarão quando diplomados.
A seu turno, Carlos Saboia pugnou pela melhora do ensino básico e ponderou sobre a atração que hoje exercem sobre os jovens estudantes as profissões do mercado financeiro e de atuação superior em órgãos públicos como o Banco Central, cuja política monetária mostra-se pouco afeita ao desenvolvimento nacional. O pesquisador lembrou do papel da engenharia no crescimento econômico da China e concluiu defendendo uma modalidade pública, de caráter social, que atue desde a prevenção de enchentes até a viabilização do direito de todos à moradia.
A relatora resumiu o objetivo da articulação espelhada no Fórum: uma engenharia pela paz, prenhe de valores humanos.
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