Fórum da Engenharia Nacional - transição climática frente à expansão das fontes energéticas e produção agrícola
- EngD
- 7 de jun.
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Qual o papel da engenharia no fortalecimento da soberania nacional, na geração de energia sustentável e competitiva, e na consolidação da agroindústria como motor do desenvolvimento econômico, considerando as tendências globais e os interesses estratégicos brasileiros?

Trata-se de pensar soluções tecnológicas, políticas e comerciais para garantir ao Brasil uma posição de destaque e liderança em um mundo em transformação. Uma reflexão estratégica sobre temas como segurança energética e aproveitamento de recursos locais, como o petróleo brasileiro, assumem papel central na agenda nacional. Tais mudanças estratégicas desafiam o país a repensar políticas, criar inovação tecnológica e articular uma matriz energética adaptada à nova ordem mundial.
Ao mesmo tempo, a agroindústria brasileira desponta como protagonista em um cenário de instabilidades globais e reacomodação das políticas comerciais. Novas políticas tarifárias implementadas pelos EUA ampliaram desafios e oportunidades para o agronegócio nacional, já que o Brasil exporta menos para os Estados Unidos do que importa, existindo, assim, uma margem negociável favorável. Além disso, mudanças nas políticas alimentares em diversos países abrem espaço para novas estratégias de exportação e agregação de valor na produção agrícola nacional.
O Brasil é um país rico em minérios, água e florestas, com um povo miscigenado, mas sem a energia necessária para alcançar o topo das condições humanas de vida na Terra, um planeta quente cuja cobertura vegetal absorvedora do gás carbônico foi devastada em 80%. A autossuficiência energética, alcançada pelo país em 2006, em boa medida pela obra de Guilherme Estrella na Petrobrás, coincidiu com a descoberta do pressal e a crescente cobiça imperialista sobre o nosso petróleo, que contou com o beneplácito de governos subservientes que lesaram o interesse nacional. Em vez de destruir a engenharia nacional, concluiu o geólogo, um projeto nacional-desenvolvimentista, com indústria e técnica brasileiras.
A educadora candanga Maria Rosa focou na emergência climática, mostrando a importância de práticas sustentáveis no campo e nas cidades, com ênfase nos transportes por modal sobre trilhos. Parte da redução do uso intensivo de automóveis, nas urbes europeias, é financiada pelo uso privado de espaços nos terminais de passageiros.

Em sua fala, o ex-presidente da Embrapa Silvio Crestana deu um exemplo de de como a tecnologia desenvolvida pela empresa ajudou o agro brasileiro a avançar sem descuidar do meio ambiente: 21 bilhões de litros anuais de etanol forma acrescidos à matriz energética brasileira sem aumento da área plantada. Mas os desafios no campo persistem: 2,5 milhões de agricultores não têm acesso à tecnologia e padecem de insegurança alimentar em algum nível.
O Brasil precisa dobrar o consumo de energia nos próximos anos, lembrou Estrella, ao que foi complementado pelo relator Diego Melo, terceiranista de engenharia na Poli, pela importância de uma nova engenharia para novos problemas e de o Brasil estar pronto para uma nova decolagem.

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