POR CARLOS EDUARDO PAIVA
Temos que ter claro que a produção é sempre apropriação da natureza pelo indivíduo no seio e por intermédio de uma sociedade. Indiferente a razão, o capital explora a mão de obra sem reservas éticas e a natureza sem escrúpulos ambientais, baseando-se num modelo produtivista intrinsecamente perdulário e destrutivo dos recursos naturais e dos ecossistemas. A riqueza material produzida pelos trabalhadores sob a batuta inescrupulosa do capital é baseada principalmente na busca de aumento da produtividade.
O direito à liberdade nesta sociedade, não se baseia na união do homem com o homem, mas pelo contrário, na separação do homem em relação a seu semelhante, o que faz com que todo homem encontre noutros homens não a realização de sua liberdade, mas pelo contrário a limitação desta. O homem só dará um passo decisivo em direção a sua verdadeira liberdade quando for socialmente proprietário dos meios de produção, pois só assim o lucro acumulado será utilizado a favor do próprio homem possibilitando, assim, a construção de uma sociedade em que o livre desenvolvimento de cada um seja condição para o livre desenvolvimento de todos.
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Este texto é baseado no 1o Capítulo do livro Mal-Estar na Modernidade de Rouanet, Sergio Paulo e em Marxismo Impenitente – José Paulo Netto, notas de aula do Prof. José Paulo Netto, PUC-SP, 2004. O Medo à Liberdade de Erich Fromm.
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