Por Pedro Pereira de Paula, embro do Conselho Fiscal
Quando eu vi os remanescentes do inconformismo protestando em frente ao Tiro de Guerra imaginei que um estrangeiro desavisado poderia pensar que de lá dentro poderia sair uma tropa, daquelas perigosíssimas, babando para matar ou morrer.
Aí me lembrei do meu tempo de Tiro de Guerra em 1974, um serviço militar meia boca durante uns 4 ou 5 meses e o que mais me incomodava era que tinha que estar na formatura às 05h30.
Como você sabe, eu detesto acordar cedo e minha mãe, minha família e minha vizinhança sofriam diariamente para me tirar da cama.
Ficávamos ouvindo conversa fiada de dois sargentos sobre as agruras do comunismo, de segunda a sexta, durante umas 2 horas. De vez em quando, cumprindo uma escala, ficava de guarda naquele arremedo de quartel.
Cada um de nós tinha um fuzil modelo 1908. Detalhe, não tinha munição e se algum inimigo nos atacasse precisaríamos usar o fuzil como uma borduna para nos defender.
Não tinha nem a faquinha da baioneta. Durante o treinamento dei 6 tiros, foi tudo isso, 6 tiros. No final do serviço, ainda por cima, ganhei uma medalha e não tenho a menor ideia da razão de tal deferência.
Uma das minhas irmãs, indignada, até hoje me fala que a minha mãe é quem deveria ter recebido a medalha. Minha mãe e meu pai, bravos combatentes que me deram a boa vida que sempre desfrutei.
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