top of page

No Dia Internacional da Mulher, homenagem e um presente

Foto do escritor: EngD EngD

Atualizado: 10 de mar.

Cládice Diniz


Neste Dia Internacional da Mulher, a Engenharia pela Democracia – EngD se congraça com as mulheres, se alegrando com o que elas conseguiram com suas lutas e sua resiliência frente ao preconceito, injustiças e violência, definindo os seus atuais direitos; e se alinha a elas, buscando apoiar e fortalecer aquelas que estão na batalha para impedir retrocessos e ampliar as conquistas.



Sobre isso, uma das participantes da EngD, a poetisa Adelina Maria Martins, formada em Pedagogia e Assistência Social, especialista em Relações Étnica e Raciais, que atua no Coletivo Cultural Cenário Urbano com o Projeto Sarau Afro A Poesia como instrumento de reflexão e no Coletivo Coró, Coró de Histórias Contadas e Cantadas, observa que a luta das mulheres negras e indígenas é mais dura e nos traz o poema de Martin Luther King:


Nós não somos o que gostaríamos de ser

Nós não somos o que ainda iremos ser.

Mas, graças a Deus,

Não somos mais quem nós éramos.

 

Essa ideia de superação e prontidão para criar um amanhã melhor para todas nos irmana.


Adelina Maria Martins homenageou as engenheiras com um poema seu, na abertura do debate Igualdade de salários e oportunidades para as mulheres, evento ocorrido em 19 de março de 2024 e que foi uma realização conjunta da EngD, Clube de Engenharia do Brasil e da Associação Brasileira das Engenheiras e Arquitetas – ABEA.


O poema “Não vou mais lavar pratos quero ser engenheira” recebeu inspiração das falas e discussões do grupo de mulheres em que participa na EngD, sobre as dificuldades enfrentadas, o que muito nos honra e maravilha. Foi incluído pela poetisa em seu livro Todos nós poetas somos da paz, livro que aqui divulgamos como brinde por esta data comemorativa aos leitores.



Capa da frente do livro Todos nós poetas somos da paz. Direitos da foto da poetisa, 2025, publicação autorizada para este site. 
Capa da frente do livro Todos nós poetas somos da paz. Direitos da foto da poetisa, 2025, publicação autorizada para este site

Adelina nasceu em 1954, é poeta desde 2010 e participou de seis coletâneas de poesias antes de lançar esse livro solo. Autora premiada em 2022 com o projeto Sarau Afro A Poesia como instrumento de reflexão; e 2023, ganhou o Prêmio Pretas Potencias, patrocinado pelo governo federal. Em 2024, ganhou o Prêmio Troféu Periferia Brasil de Arte Urbana. O livro Todos nós poetas somos da paz, com linguagem lírica e direta, provocativa e contestadora, não somente nos apresenta a realidades das pessoas pretas, mas também traz as experiências da poetisa, bem retratadas da lente de sua vivência de mulher com ancestralidade africana, assim como apresenta outras questões trazidas de seu rico imaginário e experiências diárias. Pode ser adquirido diretamente com a autora, contatando pelo e-mail <pontoleitura@gmail.com>e/ou celular (11)987576306 e <https://www.instagram.com/sarauafropoesianegra/>.


Adelina Maria Martins com seu livro Todos nós poetas somos da paz. Direitos da foto da poetisa, 2025, publicação autorizada para este site.
Adelina Maria Martins com seu livro Todos nós poetas somos da paz. Direitos da foto da poetisa, 2025, publicação autorizada para este site.

A todos, aguarda um presente maior da poetisa, que lhes oferece aqui a publicação do poema, para que comemorem a data com sonho, ternura e determinação na busca dos direitos das mulheres. 


No poema que ela nos presenteia, mescla o sonho de uma mulher em se descobrir que pode não somente se dedicar a trabalhos braçais, como lavar pratos, como também ser engenheira, de forma a não se limitar ao trabalho cotidiano da profissão e sim “construir um mundo de paz e outras realidades”, “construir carros que voam e possam nos levar para o futuro”.


NÃO VOU MAIS LAVAR PRATOS

QUERO SER ENGENHEIRA


ADELINA MARIA MARTINS

 

Não vou mais lavar pratos 

Quero ser engenheira para construir um mundo com paz mundial 

Quero construir um mundo de paz e outras realidades 

Vou construir carros que voam e possam nos levar para o futuro 

 

Hoje eu acordei e descobri que posso ser engenheira

Posso construir pontes que nos leva a outro patamar  

E sinto que posso começar a qualquer minuto 

Vou construir prédios com pessoas cheia de esperança 

E promover a consciência pacifica no mundo 

 

Não lavo mais pratos, entendi que posso 

Ser tudo o que quiser basta eu querer, 

Posso até ser presidente 

 

Não venham me falar que ser mãe é muito importante 

Que nascemos para isso e vir dizer o que fazer 

E nos dar um lugar, de dona de casa. 


Não lavo mais pratos  

Quero ser engenheira, para promover a liberdade,  

A igualdade racial entre gênero e raça e cultura mestiça 

Que “marcarão a modernidade e a contemporaneidade  

“Brasileira” entre homens e mulheres libertos sem receios 

 

Nós mulheres pensamos no futuro do nosso povo

Queremos ser engenheira, química, civil, elétrica,  

Mecânica, mecatrônica, e de produção eletrotécnica,  

Agrônoma e o escambau. 

 

Com uma revolução estética na música, 

Na literatura e nas artes plásticas,  

Mas também, na representação de si 

Na construção de um ideal de mundo de paz  

Sem ódio e sem desigualdades. 

 

Não vou lavar mais pratos.  

Na engenharia civil geográfica vamos recriar o mundo  

Para um futuro sem pobreza, sem fome 

Sem preconceito, sem desigualdades, e racismo

Vamos projetar um mundo sem muros sem guerras   

No qual a cor da pele e sexo não restrinja direitos

 

Na engenharia da informática, vamos desenvolver  

Uma máquina para melhorar o mundo 

Com novas ideias e viajar no tempo da velocidade 

Da luz e mudar a realidade das coisas 

E viver na poesia das ideias, das músicas,  

Das viagens interplanetárias 

Com tratamento de oportunidades, 

Com igualdade e fraternidade  

Que estejam fundidos numa só aspiração.  

 

Na engenharia química vamos inventar 

A química do amor entre as pessoas 

Com muitos desafios modernos  

E maneiras de amar na diversidade 

Queremos construir poços profundos  

De minas de petróleo para investir na paz mundial.

Com processo de inclusão cultura total. 

 

Não lavo mais pratos! 

Porque vou estar na agronomia construindo  

Florestas tropicais, campos cheios de flores.  

Criando novos ambientes perfeitos 

Produzindo alimentos sadios e sustentáveis 

Vamos construir um lugar onde poderemos  

Colocar nossas redes e ouvir os passarinhos cantar 

 

Na engenharia eletrônica vamos inventar a 

Comunicação da paz para o mundo todo,  

Sem fake news, com distribuição de grandes redes  

De inteligência e sabedoria

Instalando sistemas complexos de eletricidade  

Com a sabedoria de Deus.  

Que não haja violência de gênero nem tentativas de homicídios 

 

Misturados com a mecatrônica com conhecimento  

De projetar naves que no leve a outra dimensão. 

Onde você poderá ficar ali de bobeira consigo mesmo. 

 

 

E você nem pense em me chamar. 

E me dar ordem 

E me dizer que violência contra as mulheres é justificável 

Ou até mesmo aceitável em certas circunstâncias,  

O que é absolutamente inaceitável.

Que a voz dos agressores se coloque

Como vítimas no lugar da mentira.

 

Hoje entendi que podemos mais, reinventar, transformar 

Inventar, criar, produzir, e adubar o mundo  

De um amor sincero 

Projetar um mundo sem violência 

Construindo o progresso em direção  A uma sociedade mais justa e igualitária. 

 

Vamos construir prédios de escolas  

Para uma educação inteligente  

Para crianças com luz, na frequência da gravidade estelar. 

 

Depois de tanto tempo sendo vítima ignorada e explorada 

Sendo o sexo frágil, me descobri, mulher forte,  

Que pode construir tudo.

Vamos trabalhar incansavelmente  

Para construir uma cultura de respeito  

E não violência. 

 

Descobri que sem nós mulheres não existirá o outro,   

Não existirá você!!!! 

E sem nós mulheres, não haverá  

A continuidade da engenharia do amanhã. 

 

(Direitos autorais da autora Adelina Maria Martins, poema publicado no livro Todos nós poetas somos da paz, 2025, publicação autorizada nestesite, proibida a reprodução sem autorização da poetisa).

Kommentare


bottom of page